quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Tem um fantasma rondando o meliponário


Após uma longa noite sob os trabalhos forçados de colheita de mel das Apis, adormeci na casa do meu avô. Pela manhã bem cedo, antes mesmo de localizá-lo para tomar-lhe a bênção fui até o meliponário que fica a pouco mais de 20 metros da casa. No oitão como se diz por aqui. Quando durmo no sítio, após levantar da cama e fazer o sinal da cruz, meu segundo ofício é ir lá no meliponário dar um bom dia as abelhinhas e conversar um pouco com elas.  

Uma manhã ensolarada, onde a natureza parecia está em sua plena forma, ali parecia que o homem jamais pusera suas garras... Um reduto ainda intocável: os pássaros cantando harmonicamente, as abelhas trabalhando freneticamente na florada do marmeleiro, o barulho das águas desbravando novos caminhos no riacho; o brilho do sol ofuscando a vista na vegetação orvalhada, enfim. Por alguns instantes, encontrava-me distante de todos os desalentos do dia-a-dia.

Fui imediatamente até a casa pegar a câmera fotográfica, um momento como aquele não podia deixar de ser registrado. Quando retornei, tive, quando estava me preparando para tirar esta fotografia, uma estanha sensação de que havia algo que não pertence ao nosso mundo do meu lado.

De repente, o céu encobriu-se com nuvens carregadas; as aves silenciaram; um vento frio tomou conta do ambiente, as árvores também sentiram essa presença, pois anunciaram com o rugir dos galhos e das folhas que, algo sombrio, oriundo talvez das travas, se encontrava ali, no meio de nós; uma força externa prendia-me ao chão e soerguia o meu cabelo...

Infelizmente tinha acordado, toda aquela serenidade vivida no sonho deu lugar a intranquilidade da cidade, barulho de carro, moto, a poluição, enfim. Estava envolto, novamente, no interior da sociedade humana... Que para ostentar suas satisfações... O meio ambiente padece.
 
(Figura 1 - Não é que parece um fantasma mesmo! rs rs rs.)


Um grande abraço,


São Paulo do Potengi/RN, em 31 de outubro de 2012.


João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

  

 

A Meliponicultura ganhando novos adeptos


É sempre bom falar de meliponicultura com alguém que se mostra interessado, que permanece de olhos grudados e ouvidos bem atentos a quaisquer informações. A vontade que se tem é de desfiar todo o conhecimento tentando convencer a se tornar, também, um amante destes seres.

Às vezes, tenho que me policiar quando estou falando de meliponicultura com alguém, pois certa vez em um seminário uma professora me puxara as orelhas e alertou-me que durante a explanação eu tivesse cautela com minha visão apaixonada, lembrasse que o apaixonado era eu... Muitas pessoas que estavam li se quer tinham ouvido falar em meliponicultura.

Durante minha estada no município de João Câmara/RN, por ocasião do curso de graduação, conheci, durante as eleições de 2010 o amigo Ótton Júnior. Uma “figurassa”!! Dando-lhe alguns adjetivos – determinado, companheiro, alegre e, sobretudo, amante da informática... e por que não, agora, um amante da pequeninas abelhas nativas?

Outro dia enquanto conversávamos no trabalho a respeito das abelhas nativas, relatou-me que no muro da sua casa havia umas colônias da abelha mosquito e que gostaria de transferi-las para uma caixinha racional. Eu, prontamente me propus a realizar juntamente com ele essa operação. Dias se passaram, nosso contrato chegou ao fim; veio monografia; greve na faculdade; conclui o curso e nunca que cumpri com o acordo. Praticamente perdemos o contato durante estes dois anos.

Dias atrás me surpreendi com uma ligação sua, falando a respeito da abelha Mosquito, só que desta vez já se encontrava em caixa racional. E me mandara uma fotografia (montagem) da sua primeira colônia.

Aproveitando o ensejo, vou lhes pedindo desculpas, não sei se pela falta de compromisso ou de tempo, diante da correria do cotidiano.

Desde já, desta vez vou esforçar-me para visita-lo o mais breve possível para algumas orientações de manejo, sei que pela sua capacidade de inventar, de curiosidade, quando eu chegar por lá ele já vai está me dando as informações necessárias para um bom manejo.
 
(Figura 1 - Primeira colônia de Mosquito - Plebeia sp)


Um grande abraço,


São Paulo do Potengi/RN, em 31 de outubro de 2012.


João Paulo Evangelista de Medeiros
Meliponário Campos Verdes

  

 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Diferença entre Uruçu e Jandaíra


(Figura 1 – Abelha Uruçu)

X

(Figura 2 – Abelha Jandaíra)

Esta semana verifiquei no blog um comentário do caro Magno de Rondônia. Analisando sua indagação percebi que se trata de uma pessoa que já mostra grande interesse no conhecimento das nossas queridas abelhas nativas.

Questionou-me acerca da diferença existente entre a Jandaíra e a Uruçu.

Diante de minha pouca experiência comas abelhas Uruçus, vou tentar fazer algumas ponderações mediante aquilo que tenho lido ou mesmo escutado dos nossos colegas.

Em primeiro lugar, muito grato pela visita e fico feliz, na medida em que confiastes a mim o esclarecimento de tal questionamento.

Posso te afirmar que existem outras definições de diferenciação entre essas duas espécies. Porém, vou repassar o que eu sei.

Ambas são Meliponas. As Uruçus são abelhas maiores, mais populosas, consequentemente produzem mais; habitam regiões de maior precipitação pluviométrica, como as Faixas litorâneas, por exemplo, (reduto de mata mais densa e úmida - Mata atlântica). O nome Uruçu é comumente utilizado para designar várias espécies de abelhas sociais grandes, como o próprio nome em Tupi Guarani sugere. As espécies mais conhecidas são a Uruçu verdadeira ou nordestina (Scutellaris), a Uruçu cinzenta ou Tiúba do Maranhão (Fasciculata), a Uruçu amarela (Rufiventris) e a Uruçu preta (Capixaba), para citar as mais conhecidas.

Já a nossa Jandaíra é um pouco menor, é conhecida por Rainha do Sertão (nome dado pelo saudoso Monsenhor Huberto Bruening, grande mestre da Jandaíra), habita regiões de clima quente (Semi-árido/Caatinga); produz em torno de 1L de mel/colmeia; é bastante defensiva quando importunada; é tradicionalmente criada pelas populações nativas há gerações, assim como as demais espécies de abelhas sem ferrão, mas a nossa Jandaíra é a abelha mais popular dentre os habitantes da zona rural aqui do Rio Grande do Norte.

Meu caro aí estão algumas características das espécies, mas existem muitas outras.

Quando você ouvir falar em abelha Jandaíra lembre-se de Sertão, Nordeste, Semi-árido, Caatinga e, principalmente de um povo acolhedor, culturalmente rico em suas tradições, religioso, mas infelizmente esquecido pela classe dominante. Um povo, digamos que sofrido, mas que é perceptível no olhar os anseios por ares melhores no que diz respeito a sua condição social.

Os amigos: Rivan Fernandes, Kalhil, Paulo Romero, para citar algumas autoridades, saberiam, sem dúvida te repassar com maior riqueza de detalhes essas diferenças.     


Um grande abraço,


São Paulo do Potengi/RN, em 10 outubro de 2012.


João Paulo Evangelista de Medeiros

Meliponário Campos Verdes

  

Oferta imperdível


(Figura 1 – Colônia de Jandaíras)

Caríssimos amigos, nós do Meliponário Campos Verdes estamos com uma super oferta! Disponibilizamos 10 colônias de abelha Jandaíra (M. Subnitida) ao preço de 80,00 cada.

São enxames ativos, em que foram realizados tanto os procedimentos de divisão como de colheita de mel (2011). O que garante a boa genética das famílias.

As caixas são confeccionadas em Imburana, no modelo horizontal, Nordestina como é mais conhecida. Suas dimensões variam entre 10 cm de altura, 09 de largura e 75 de comprimento.

Este ano em que as chuvas foram escassas, realizamos apenas o manjo de alimentação, por sua vez, garantindo a estabilidade dos enxames.

O único empecilho que se coloca é que, ainda não trabalhamos como o envio dos enxames, o interessado teria que deslocar-se ao nosso Meliponário.

Quaisquer esclarecimentos, deixar comentário. Prontamente conferimos e retornamos.

Muito grato.                               

(Figura 2 – Nosso modelo de caixa)


Um grande abraço,


São Paulo do Potengi/RN, em 10 outubro de 2012.

 

João Paulo Evangelista de Medeiros

Meliponário Campos Verdes